sábado, 1 de setembro de 2012

A Dor da decepção


Hoje entendo melhor uma dor que meu falecido pai sentia.
Meu pai foi soldado da Brigada Militar , no Rio Grande do Sul, por muitos  anos.
Não tinha estudado, e isto dificultou muito para que fosse promovido a um posto maior.
Lembro que aconteceu algumas vezes,  de ele ir  a uma  formatura militar da corporação pensando que aquele era o "grande dia" de ser promovido.

Colocava o  melhor uniforme , engomado, bem passado., e  saia em direção ao seu sonho.
Meu pai voltava frustrado. Não tinha sido realizado o seu sonho.
Como este fato se repetiu, penso agora na dor  que ele sentia.

Um homem sem instrução, mas que trabalhou duramente como ferreiro construtor para que sua família tivesse o sustento. Sempre encontrou forças para recomeçar, mesmo depois de ter ido a um evento em que outros foram promovidos e o nome  dele não foi sequer citado.

Mãos calejadas, e um andar cansado que só encontraram a promoção ao posto de sargento no final da vida.
Vida encerrada prematuramente aos 55 anos pelo coração que parou de funcionar.

Mas havia funcionado a vida  toda, somando alegrias, amizades  , amor e  até mesmo a dor da decepção.
Hoje eu entendo um pouco de tudo isto.

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