domingo, 21 de novembro de 2010

A Mídia e a Reificação da mulher

A Mídia e a Reificação da Mulher

As mulheres têm certamente um grande desafio pela frente: Fazer com que a mídia não as considere apenas objetos sedutores, objetos em minúsculas embalagens e desencadeadores de fantasias e loucuras. Elas viraram, com suas imagens encantadoras, ilustração para publicidade de quase tudo, pneus, carros, móveis, apartamentos, etc. Ganhar a vida mostrando o corpo, trabalho com uma pitadinha de prostituição, tem sido a realidade de muitas mulheres que brilham nas telas de televisão.

Embora a classificação indicativa, que regula a inadequação do que se veicula na mídia, seja contra produzir peças publicitárias, filmes, que colocam a beleza física como condição para que se tenha uma vida mais feliz e aceitação social, o que vemos é a exposição feminina, usando a sensualidade e beleza para o comércio. A iconicidade pretendida a partir de uma imagem feminina, no entanto, nem sempre alcança o alvo pois , principalmente aos homens fica retida a figura da mulher , linda, maravilhosa mas o produto anunciado fica no esquecimento. Um exemplo claro disto são os comerciais de cerveja ,  mesmo quem não bebe, aprecia ver  as lindas mulheres repetidamente e  “ sem moderação”.

O fato de a mídia ter incentivado esta situação, que qualifica as mulheres como objetos participantes de um processo de venda, dos mais variados produtos, fez que muitas delas buscassem por iniciativa própria e avidamente, a glória  de serem admiradas como celebridades , unicamente pela beleza física.



   







O falecido Deputado federal Clodovil Hernandes (foto), em que pese toda a polêmica em torno de seu estilo de vida, uma vez se envolveu em forte polêmica ao dizer:  "as mulheres ficaram muito ordinárias, ficaram vulgares, cheias de silicone" e que hoje em dia "trabalham deitadas e descansam em pé". (G1 10/05/2007) Hernandes defendia que a vulgarização da imagem feminina se devia a elas terem se  rendido à tentação financeira mostrando o corpo. Naquela ocasião sua colega de parlamento, Cida Diogo (foto) disse ter sido ofendida por ele, pois quando ela  questionou sobre a declaração sobre as mulheres o deputado respondeu “Digamos que uma moça bonita se ofendesse porque ela pode se prostituir. Não é o seu caso. A senhora é uma mulher feia”. A briga durou  vários dias através da imprensa , e o ponto central era unicamente a beleza.

A mídia passou a ideia de objeto, status de  mercadoria para as mulheres e vai continuar assim enquanto alguém não levantar a voz, mostrando que os valores oriundos do pensamento capitalista, que transformam  pessoas em bens, são meras aparências ocas e sem consistência satisfatória para uso na  administração social. É na mídia mesmo que pode surgir um contraponto para este absurdo, que faz das mulheres meras coisas ,que ao envelhecerem podem ser trocadas por outras.


Um comentário:

Laynara Voos disse...

Amei o post! Mto bem colocado